O que é a portabilidade de Crédito?
É a possibilidade de transferir um financiamento imobiliário de uma determinada instituição financeira para outra que ofereça taxa de juros menor.
Em 2019 foi feito um levantamento pelo Banco Centro nos dados de portabilidade de crédito que mostra a transferência de financiamento entre bancos, permitido desde 2013, no ano passado atingiu-se 6.000 operações, totalizando R$ 2,15 bilhões, uma expansão de 200% em comparação com 2018.
Um estudo feito pelo Banco Central, nesta terça-feira (02/06/2020), mostra que, em média, os financiamentos portados conseguiram um desconto de 2,99 pontos percentuais na taxa de juros.
O que causou o aumento na portabilidade?
A queda da taxa de básica de juros (taxa Selic), consequentemente, houve uma redução nas taxas de crédito imobiliário.
O período entre 2015 e 2017 foi caracterizado por seus juros elevados, tornando os juros praticados atualmente muito distantes. O Banco Central informou que 79% dos contratos portados foram assinados nesse período de juros elevado.
Quanto se pode economizar com a portabilidade de crédito?
Como mostra o levantamento do Banco Central. A economia pode ser significativa.
Um contrato de R$300 mil de crédito imobiliário com uma taxa de juros de 10% ao ano e duração de 30 anos. Portando a taxa de juros desse financiamento para 9% ao ano, a economia seria superior a R$40 mil no total a ser desembolsado.
Qual o caminho para pedir a portabilidade?
O cliente deve pedir ao banco um extrato do saldo devedor do seu financiamento, prestações e também do custo efetivo total do financiamento. Depois, deve procurar outras instituições financeiras em busca de uma oferta melhor.
Depois da aprovação do crédito, as instituições pedem o saldo devedor para o outro banco, que tem até 10 dias para passar essa informação.
A portabilidade sempre vale a pena?
Não. Além da taxa de juros, há outras despesas que acabam incidindo sobre o valor que você paga todos os meses, como o custo da conta bancária que você terá que abrir e os seguros obrigatórios a serem pagos, por morte e invalidez permanente, que são incluídos no financiamento imobiliário.
A dica é: peça ao banco atual e para aquele para o qual você avalia migrar o crédito o valor do CET (Custo Efetivo Total) das operações. As instituições financeiras são obrigadas a te fornecer esse valor por uma resolução do Banco Central.
O que é importante saber na hora de pesquisar a portabilidade?
É importante ter em mente que há custos nessa migração: o simples ato de migrar o financiamento pode custar entre R$ 3 mil e R$ 4 mil: entre as despesas envolvidas, estão custos de cartório (para mudar o imóvel do nome de um banco par ao outro) e a avaliação do valor da propriedade por um perito.
Neste último caso, a tendência é que essa despesa se torne cada vez menos frequente, já que o Banco Central autorizou, no final de 2019, que essa vistoria seja realizada através de modelos estatísticos.